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Canteiro: Integração TEC III e Purb

O Canteiro: Exercício de integração entre as matérias de Tecnologia da Edificação III, Projeto Arquitetônico IV e Urbanismo II

1. Conceituação das propostas

1.1. Propostas das Duplas

O grande grupo, formado na aula de tecnologia, contava com 8 pessoas que representavam cinco propostas desenvolvidas a princípio nas aulas de PURB. Cada proposta foi defendida e em acordo comum o grupo decidiu que o ideal seria uni-las e criar uma nova que contemplasse o conceito concebido por cada dupla.

Após a apresentação de cada habitáculo percebemos que haviam ideias em comum, como peças móveis e presença de mobiliários. Entretanto, passamos a conhecer melhor as ripas de madeira, que se revelaram sendo um material mais frágil do que havia sido imaginado pela equipe.

As limitações e possíveis complicações de se trabalhar com as ripas nos fizeram selecionar as características que poderiam ser positivas para o projeto, como a de uma cobertura sendo sustentada por uma base firme, e nos fez repensar o uso de mobiliário.

1.2. Proposta do grupo

O processo de desenvolvimento do habitáculo que iria ser construído passou por diversos momentos de mudança e reflexão, resultado da necessidade de construtividade do projeto, questão que muitas vezes é deixada de lado na concepção projetual.

A primeira proposta surgiu como uma estrutura móvel, que contava com duas séries de ripas de madeira lado à lado que se moveriam como um leque e com as forças de tensão se manteriam de pé. Porém esse primeiro formato foi se modificando principalmente pela questão da limitação do material, afinal, a construção dentro de softwares, como o SketchUp não considera os defeitos dos materiais e limita a visão de viabilidade da estrutura.


Figura 1: Proposta preliminar do habitáculo aberta e fechada

1.3. Proposta Final

Apesar do pouco tempo entre o início e a entrega final do projeto, a proposta final reflete o amadurecimento do grupo, uma vez que aprendemos que uma boa ideia tem que contemplar não só o conceito, mas também a execução do projeto.

A estrutura final deixou de ser dois leques móveis e se tornou um fixo parabolóide hiperbólico. Com o intuito de criar uma estrutura que servisse de abrigo para uma pessoa de pé, foi construída uma estrutura onde o ponto mais alto possui 2 metros e 30 centímetros, criando assim 4 triângulos retângulos que se fixam à uma base quadrada de 1,5m x 1,5m.

Após a construção do projeto, entretanto, notamos que o habitáculo serviu também de uso para uma pessoa deitada, onde é possível observar de outros ângulos a forma do parabolóide hiperbólico.A estrutura é essencialmente feita por esse conjunto de um quadrado horizontal e quatro triângulos verticais. A forma do parabolóide hiperbólico se deu através do preenchimento da cobertura por seções das ripas, tendo uma pequena função no contraventamento da estrutura.


Figura 2: Proposta final do habitáculo em diferentes vistas

2. Execução

2.1. Condições

Cada grupo possuía um total de 12 ripas de aproximadamente 5 cm x 2 cm x 300 cm e uma caixa de parafusos compartilhada com a turma toda. A primeira questão que surgiu foi a grande capacidade de flexão da ripa que, diferente do ocorrido no papel ou nos softwares, não conseguia se manter aprumada sozinha. A segunda era que a madeira, como um material natural, tem propriedades mecânicas que não são iguais em todas as suas partes, existem agravantes, como os nós, que em alguns casos faziam a madeira se quebrar apenas com o seu manejo.

Para além das questões físicas da madeira, o grupo não possuía habilidades ou experiências com o uso dos equipamentos de marcenaria, o que mudou ao final do exercício, mas que em alguns momentos limitou o processo de execução da estrutura.

2.2. Encaixes e técnicas

Ao decorrer do processo foi preciso analisar bem como seriam os encaixes (os nós), pois eles são essenciais para suportar as forças da estrutura, afinal fazem o papel de transferência entre as hastes.

O primeiro encaixe desenvolvido foi o da base horizontal quadrada. A princípio parece simples criar um quadrado de madeira, mas foi necessário considerar que esse encaixe iria receber duas ripas horizontais de 230 centímetros e precisariam de uma ligação que impedisse uma ruptura e suportasse a instabilidade desse grande pilar.

Após a execução dos encaixes percebemos a existência de uma pequena fissura na fibra da madeira, causada pelo parafuso. Esta foi a única fissura encontrada e não nos ocasionou problemas. Apesar disso, nos próximos procedimentos que envolveram o uso de parafuso perfuramos anteriormente a madeira, evitando danos na hora de perfurar.

Figura 3: Encaixes principais

Figura 4: Detalhamento do encaixe da base quadrangular com os pilares laterais

Para fechar a estrutura foram inseridas quatro ripas de madeira em diagonal, que formariam os 4 triângulos retângulos, duas com a seção original, de 5 cm x 2,5 cm e duas com metade da seção original, sendo elas de 2,5cm x 2,5 cm. Optamos por usar a ripa ao meio pois havia um limite do material e não seria necessário uma estrutura tão rígida naquele ponto pois aquela haste seria suficiente para suportar as forças exercidas ali.

Ao terminar a estrutura chegamos a uma questão que levou tempo: como fazer o fechamento do parabolóide hiperbólico? Surgiram ideias de usar corda, linha, madeira, enfim, uma infinidade de possibilidades, mas todas pareciam não funcionar de maneira ideal.

Chegamos então à conclusão que seria necessário abrir pequenas fissuras nas ripas principais diagonais para encaixar as pequenas ripas que formariam o desenho do parabolóide hiperbólico. Percebemos uma série de limitações técnicas na questão desses pequenos encaixes, a primeira é que após a estrutura montada se tornou mais difícil fazer as fissuras, o ideal seria fazê-las antes da montagem, a segunda é que cada ponto onde as pequenas ripas seriam encaixadas possuía uma inclinação diferente, logo, cada uma das fissuras teria que possuir um desenho específico, sendo no total 26, se tornou inviável medi-las uma a uma, mas ao final os encaixes ficaram ideais dentro do limite.


Figura 5: Processo construtivo das ripas de fechamento

3. Conclusão do projeto final construído

A principal conclusão que podemos tirar desse exercício foi que um bom projeto tem que levar em consideração a construtibilidade. Ainda que a conceituação se destaque, que as ideias sejam as melhores, não existe o projeto se não puder ser construído. O exercício serviu para despertar a capacidade de pensar nos pequenos detalhes.

E a chamada construtibilidade tem que contemplar não só como as forças da estrutura atuam, mas o material, a mão de obra, o tempo de execução, enfim, todos os aspectos que existem na construção de algo.



Figura 6 e 7: Grupo do canteiro ao lado da estrutura construída


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